Caminhos da Comunicação

Assim que eu entrei na comunicação eu queria ser webdesigner. Estava certa de que faria meu caminho entre o Corel e o Photoshop com uma pitada de programação e seria para sempre feliz.
O tempo foi passando e eu, naturalmente, fui mudando de idéia. Quase me convenci que seria boa criando anúncios, mas tive um professor na faculdade que minou toda a minha auto-estima de potencial redatora com aquela história de 'preparar para o mercado'. Desisti.
Migrei então para a idéia de ser atendimento, negociar cm o cliente, argumentar, convencê-lo a pagar por aquilo que ele, definitivamente, acredita merecer de graça. É claro que não deu certo! Eu nunca fui desenrolada. Já me imaginaram num almoço de negócios em um restaurante japonês? - Uma coca com gelo, por favor.
Então a saga continua. Não sei de onde tirei a idéia (talvez da minha breve passagem por Relações Públicas), mas resolvi que seria promotora de eventos. Fiz até curso extracurricular, mas sequer cheguei a pegar o certificado.
No meio tempo, trabalhei com turismo e fui freelancer de publicidade até chegar à definitiva conclusão que não sou uma boa vendedora de mim mesma. Me 'prostituía' por um preço extremamente baixo para não perder para a concorrênca. Mas perdi mesmo assim.
Também desenvolvi outros hobbies, como fotografia e edição e, claro, a manutenção deste blog com crônicas esporádicas. Não dá dinheiro, mas traz felicidade.
Por fim, voltei para o ponto zero até que experimentei a pesquisa. Encantei-me com algo que finalmente me faz sorrir depois de pronto. Então, a possibilidade acadêmica surgiu: pesquisar, escrever, estudar, ensinar. E por que não?
Fiz curso de oratória e me envolvi com reforço escolar e educação infantil, porque o mundo dá muitas voltas. E, ainda que a passos preguiçosos, vou fazendo meu caminho.
Nunca pensei que seria fácil. Uma apresentação aqui, um artigo acolá, uma pós-graduação que precisa melhorar. Meses de ócio pouco criativo, contudo, a fé de que, agora, me encontrei. Descobri que quero mudar o mundo através da palavra (falada e escrita), afinal, poucas revoluções foram feitas em silêncio.
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Aproveito o ensejo para convidar meus colegas comunicólogos blogueiros (Luana, Ingrid, Agnise, Ivo, Isabelle, Natália e quem mais aparecer) para também escreverem acerca de suas trajetórias na área (ou não) para inspirar interessados ou meramente partilhar dores e conhecimentos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Gostei da idéia Chris :D Está aderida....em breve sairá do forno um post a respeito. Mas falando do seu texto powww é muito bacana poder observar o que já se passou e aprender com isso, trilhar seu caminho sem medo de ser feliz e assim se descobrir, é uma das melhores coisas da vida e por assim dizer é a própria, né mesmo? Fico feliz em saber de sua escolha, de seguir dentro do universo acadêmico, vc tem todo o potencial pra isso. A revolução que reside na educação é o melhor caminho (e diria o mais forte e eficaz)de se proporcionar mudanças efetivas nas pessoas. Trabalhar com as palavras é trabalhar com a expansão de novos horizontes e ajudar a desenvolver o olhar crítico, e assim ensinar a pensar e depois deixar livre para que cada um o faça por si mesmo. Minha amiga agora será uma das revolucionárias pacificas contra alienação e a favor da conscientização, tudo feito em silencio, isso mesmo, até pq nunca foi preciso gritar para se dizer o que pensa e se fazer ouvir. A revolução verdadeira é aquela que consiste no ganho de conhecimentos que nos permitem crescer, envolto nas palavras que nos possibilitam abrir as janelas de universos que nós nem sabíamos que existia dentro de nós. Muita boa sorte no seu caminho escolhido e saiba que qq coisa estamos aí viu? Conte comigo sempre!

Abraçãoooo

thiagoleal disse...

primeiro, quem foi o corno que tentou te minimizar lá no JESP? não vou adivinhar porque, com exceção de Nina Hagen, TODOS os professores dali são extremamente dissimulados. TODOS. e dissimulado, o único que toleto chama-se maradona.

depois, o mundo da comunicação é uma disilusão, uma dissimulação. porque todo o glamour se concentra em umas poucas agências em grandes pólos do país, nuns carinhas barbados de brinco na orelha que contam vantagem com suas idéias geniais e em empresários com histórias mirabolantes de como saíram para jogar squash com o dono de uma multinacional. essa glamour medíocre eu não quero - se quisesse, teria ido ao Rio estudar teatro na Globo.

o que eu bem gostaria da fazer é ser desenhista ou roteirista. mas fazer o quê... não dá. tô tentando fazer as coisas que gosto e que considero decentes por hobby. até porque hoje em dia vejo a propaganda como algo, em maior parte do tempo, sujo e falso. e paga pouco.

ainda sonho em viver de cultura pop. mas é uma vidinha fácil que não sei se algum dia terei condições de obter.

Lu disse...

Hey, gostei da idéia. Aceito o desafio, Chris. Caraca, depois de ler seu texto, fiquei pensando sobre quantos sonhos/desejos deixei de lado...a indecisão geminiana tb não ajuda ¬¬.

E...Thiago, estou no caminho que vc citou. Tentando ser uma boa desenhista...e posso dizer, viver de arte não é fácil, mas traz orgasmos múltiplos. Fazer o que se gosta é extremamente prazeroso.

Bye

Anônimo disse...

Me inspirei com seu texto amor. Eu realmente ainda não encontrei meu caminho dentro do curso e fico horas me perguntando se escolhi o caminho certo. Eu acompanhei a sua tragetória praticamente inteira e vi momentos em que você estava como estou agora. Basicamente seu texto me deixou esperançoso. Ty =)