Há pessoas que não querem ter filhos. Os argumentos são os mais diversos - a maioria deles muito mais fúteis que realmente ideológicos. São mulheres que não querem filhos para não perder as farras, para não deformar (sic) o corpo, para não ter responsabilidades. Bem, cada um tem e manifesta sua razão da forma que quer.
Eu tenho uma maneira particular de olhar essa questão. Aos treze anos de idade, eu não queria ter filhos para não ter que engravidar e parir. Aos dezesseis, acrescentei o medo de perder a forma e o fato de não gostar de crianças à lista dos argumentos. Hoje, aos vinte e poucos, sei que não quero ter filhos porque não nasci para ser mãe. Afinal, hoje sei que há gestações tranqüilas, partos naturais e humanizados e exercícios para manter a forma. Não tem desculpa. O que falta em mim é nada menos que vocação.
Já ensinei a crianças, lido bem com adolescentes, tenho animal de estimação, não saio muito à noite e até cogito me casar; mas, filhos, não. Mas por uma questão de opção, não de birra.
O que não quero é criar um pequeno ser humano que eu não possa excomungar da minha vida nunca mais, mesmo se ele for mal-educado, sem noção, pagodeiro, machista ou fanático religioso. E, ao contrário do que muitos pensam, nem tudo é a criação, não. Há personalidade dentro daqueles seres - e não há como escolher se é compatível ou não com você. Portanto, antes de ser uma má mãe, repressora e intransigente, não ser mãe alguma.
Faço parte de algumas comunidades de outras pessoas que dividem o meu "não desejo" e questionamos sempre sobre os preconceitos vividos por pessoas ou casais que fazem essa opção. Graças aos deuses, à idade ou à vitória pelo cansaço, minha família finalmente aceitou minha decisão (acho que viram que eu mal podia cuidar de um gato sozinha, quicá de um ser humano?!). Meus amigos também acataram que eu não vejo romantismo em ter uma réplica da minha cara mais o cabelo do meu parceiro em miniatura e por fim, os demais que compreendam que eu não estou desesperada para transmitir meus genes e que outras pessoas podem garantir a perpetuação da espécie por mim.
Por outro lado, ao contrário da maioria dos que optam pela não hereditariedade, eu não tenho nada contra a maternidade responsável. Não tenho nenhum asco por grávidas (li esse comentário certa vez) e pretendo apoiar todos os meus amigos que optarem por serem pais. Da mesma forma que respeito a decisão deles terem filhos, eles respeitam a minha de não tê-los e fica todo muito feliz.
Eu nunca vejo motivos para enfiar na cabeça de alguém uma opinião tão pessoal quanto esta. E, do mesmo modo, eu espero nunca ouvir de nenhum ignorante que "mulher nasceu para isso" ou que "uma criança sela a união do casal". As deusas sabem o quanto eu valorizo os ciclos sagrados e o amor, mas uma escolha é uma escolha e eu não posso mutilar meus desejos em prol da sociedade.
E, apesar de tudo, quem disse que eu não vou vivenciar a maternidade? Ou vocês pensam que é fácil planejar, conceber e parir sonhos, aulas, monografias, dissertações...?
Eu tenho uma maneira particular de olhar essa questão. Aos treze anos de idade, eu não queria ter filhos para não ter que engravidar e parir. Aos dezesseis, acrescentei o medo de perder a forma e o fato de não gostar de crianças à lista dos argumentos. Hoje, aos vinte e poucos, sei que não quero ter filhos porque não nasci para ser mãe. Afinal, hoje sei que há gestações tranqüilas, partos naturais e humanizados e exercícios para manter a forma. Não tem desculpa. O que falta em mim é nada menos que vocação.
Já ensinei a crianças, lido bem com adolescentes, tenho animal de estimação, não saio muito à noite e até cogito me casar; mas, filhos, não. Mas por uma questão de opção, não de birra.
O que não quero é criar um pequeno ser humano que eu não possa excomungar da minha vida nunca mais, mesmo se ele for mal-educado, sem noção, pagodeiro, machista ou fanático religioso. E, ao contrário do que muitos pensam, nem tudo é a criação, não. Há personalidade dentro daqueles seres - e não há como escolher se é compatível ou não com você. Portanto, antes de ser uma má mãe, repressora e intransigente, não ser mãe alguma.
Faço parte de algumas comunidades de outras pessoas que dividem o meu "não desejo" e questionamos sempre sobre os preconceitos vividos por pessoas ou casais que fazem essa opção. Graças aos deuses, à idade ou à vitória pelo cansaço, minha família finalmente aceitou minha decisão (acho que viram que eu mal podia cuidar de um gato sozinha, quicá de um ser humano?!). Meus amigos também acataram que eu não vejo romantismo em ter uma réplica da minha cara mais o cabelo do meu parceiro em miniatura e por fim, os demais que compreendam que eu não estou desesperada para transmitir meus genes e que outras pessoas podem garantir a perpetuação da espécie por mim.
Por outro lado, ao contrário da maioria dos que optam pela não hereditariedade, eu não tenho nada contra a maternidade responsável. Não tenho nenhum asco por grávidas (li esse comentário certa vez) e pretendo apoiar todos os meus amigos que optarem por serem pais. Da mesma forma que respeito a decisão deles terem filhos, eles respeitam a minha de não tê-los e fica todo muito feliz.
Eu nunca vejo motivos para enfiar na cabeça de alguém uma opinião tão pessoal quanto esta. E, do mesmo modo, eu espero nunca ouvir de nenhum ignorante que "mulher nasceu para isso" ou que "uma criança sela a união do casal". As deusas sabem o quanto eu valorizo os ciclos sagrados e o amor, mas uma escolha é uma escolha e eu não posso mutilar meus desejos em prol da sociedade.
E, apesar de tudo, quem disse que eu não vou vivenciar a maternidade? Ou vocês pensam que é fácil planejar, conceber e parir sonhos, aulas, monografias, dissertações...?
7 comentários:
Chris, nunca antes tinha ouvido uma declaração dessas: não quero ter filhos. Já ouvi "acho" que não quero ter filhos, mas nunca essa certeza toda. Não estou criticando, muito pelo contrário. Acho ótimo encontrar alguém com opinião formada sobre alguma coisa.
Ninguém é obrigado mesmo a ter filhos, acho que na verdade são mais incomodação do que qualquer outra coisa. Mas min
ha vontade é completamente diferente.
Desde os 5 anos eu sonhava todos os dias que deixassem uma cestinha com um bebê na minha porta. Na adolescência cheguei a pensar que não ia me dar muito bem com crianças ou ser boa mãe por que não tinha a menor idéia de como lidar com elas enquanto todo mundo parecia saber.
Mas lá pelos vinte e poucos, alguma coisa mudou e comecei não só a sentir uma vontade imensa de ter um mini-mim como capacidade pra isso também.
Hoje em dia eu sou completamente louca por crianças. Acho tudo lindo, desde a gestação até a criação do pimpolho. Eu já leio sobre psicologia infantil desde agora e não vejo a hora de por tudo em prática.
Não sei como me sinto em relação à uma marido, mas ser mãe é definitivamente uma experiência que eu quero viver.
Adorei o texto. Beijos.
Hello there ^^
Lá vou eu comentar... sempre soube dessa sua decisão de não ter filhos e sempre respeitei, hoje mais do que isso, apoio, não acho que ter filhos seja uma imposição a todas as mulheres. Acho que ser mãe ou pai é algo mais além do que a maioria das pessoas pensam, não é apenas ter relações sexuais e engravidar, nem todo mundo que pari é mãe e vice-versa. Ser mãe é algo mágico (imagino eu) e único, mas não é pra todo mundo, nem todos vão sentir dessa forma. Exige muita responsabilidade e dedicação, já diria Rosa "é o amor que dói".
Sei que vc será uma ótima dinda e titia, mas mãe nem eu imagino vc sendo.
Vc tem opiniões e conceitos muito firmes e embasados, mas que não deixa de ouvir a opinião contrária, te admiro muito por isso
Quanto a mim, já tive diversas fases e vc acompanhou todas, já passei um tempo que queria por que queria ter um filho, já disse que acho que era carência. Hoje tenho uma cabeça mais formada sobre o assunto, quero sim ser mãe (ou natural ou adotando - essa segunda opção eu quero de todo jeito), mas não agora, hoje seria um pesadelo uma noticia dessas, como disse penso diferente de antigamentem hoje dou muito mais valor a me estabilizar antes, quero correr atrás da minha profissão que julgo tão importante, quero e acho extremamente importante pra vida a dois, curtir um momento só com ELE, me casar ou morar juntos e passar um bom tempo assim, só curtindo um ao outro, acho iss indispensável num relacionamento, e quem sabe depois penso nuns pimpolhos, lá perto dos 30 aninhos, acho a idade ideal, em compensação se pudesse queria ter seis filhotes, vê e pode? Sou doida mesmo.
Eu só tenho dó, pq vejos mães e mães, umas que reprimem seus filhos, outras que mimam demais, outras que deixam de viver pra se dedicar aos filhos, algumas que nem ligam e criam a toque de caixa, e são tantas que são dessa forma qe só temo o ser humano que se formará com essa criação.
Já disse e repito se fosse seguir alguma, seguiria a mistura de Tia Desy + Emília = mãe perfeita.
E claro concordo com a gravidez resonsável, nada melhor do que querer ter o filho e não ter que ter. Sexo com responsabilidade é essencial, poxa vida, camisinha + anticoncepcional não faz mal a ninguém, fora os trocentos outros metódos que existe por ai.
Tbm concordo com o parto humanizado, principalmente, sempre fui contra ao parte cesariano, com exceção é lógico quando é de extrema necessidade, essa eterna mania dos médicos ganharem dinheitro a todo custo. O parto normal é bem mais saudavel, tanto pro bb quanto pra mamãe.
Affy chega, que esse assunto dá muito pano pra manga.
Besos y besos
Ahhh... correção.
Quem disse que a senhorita em parte não é mãe? Quem é que cuida de mim e me impede de fazer cada besteira hein? Que puxa minhas orelhas e tudo mais?
Outra coisinha... tem mães que assim o são não por terem engravidado mas por serem mães naturalmente, quer um exemplo? Minha maravilhosa tia, que na verdade é minha mãe. Tenho os maiores exemplos do mundo que ser mãe ou pai não está na capacidade de embuxar, isso é a coisa mais fácil do mundo.
querida Chris,
Realmente mulher nasceu para ter e fazer o que quiser de sua vida! ela tem poder de escolher o que quer e não mais servir apenas para parir como antigamente. hoje em dia, escolhemos quando e se queremos ter filhos, e quantos queremos ter e na hora exata, também podemos trabalhar, dar opiniões, e seguir em frente sem maiores críticas (e os que ainda criticam, já passamos por cima sem sofrer!).
Olha amiga, Ser MÃE é algo tão amplo para mim. por exemplo: nós vestimos a camisa de mãe muitas vezes durante nossas vidas em variadas situações em relação a nós mesmos e aos outros.
Em relação a nossa amizade, considero que já fomos mães diversas vezes ao ouvir sem críticas, e criticar no momento certo.
Eu te considero mãe de Apolo. digo isso pq sinto o mesmo com Lara. É diferente de ter filhos, mas são seres que necessitam de carinho e cuidados e iss damos em dobro!
Diferente de você, quero ter filhos, porque sinto isso desde cedo (como falei no blog), mas terei a certeza que vc será uma ótima Dinda!
amo muito vc!
saudadesss
Imagine se eu fosse pai...? Seria uma criança que se desenvolveria no primeiro caso de serial killer em João Pessoa. No thanks.
Quem quiser dizer que minha cabeça vai mudar a respeito, que diga. Mas acho que aos 23 anos eu já tenho uma vaga idéia do que quero. No filhos. Sorte nossa concordar nisso amor. =)
Chris acho totalmente normal tipo alguém querer ou não ter filhos e tipo já ter esta resolução como um ponto a não se querer na vida. Existem muitos fatores que uma pessoa deve pensar e ponderar antes de ter um filho, mas principalmente tem a questão do querer, ter esta vontade de gerar uma nova vida, a responsabilidade de criar...é algo para toda vida...querendo ou não quem tiver filhos terá de abdicar de muitas coisas de sua vida e tipo não querer isso não é errado. Vivemos em uma sociedade que considera as mulheres egoístas, quando estas não querem filhos (puta prostituição isso) digo isso pq já ouvi várias pessoas dizendo que é da natureza da mulher ter filhos, tipo claro que é de sua natureza..só ela pode gerar....mas a mulher não é uma máquina parideira ela é um ser individual com seus sonhos, vontades e aspirações... E tipo a essa altura do acontecimento cada um faz o que quer e ninguém tem nada haver com isso. Eu particularmente não sei se quero ter filhos, hoje não (mas de jeito nenhum) tenho muita coisa a fazer e realizar...talvez no futuro se acontecer de maneira espontânea.num sei só o tempo dirá e também não me preocupo com isso (sinceramente não faço nenhum tipo de planos em relação a a ter filhos) Como até já comentei no post anterior eu acho que tudo tem que acontecer de maneira natural..se acontecer e eu estiiver querendo ótimo senão...tudo bem e vamos em frente ..até pq a vida não se resume a padrões e sim ao que cada um quer e sonha...se filhos estiver no seus sonhos blz senão tá blz tb...é isso.
Bjão Chris... texto ficou foda XD
adorei o texto!
especialmente pq eh raro ver alguem assumir que não quer filhos e não ser discriminado por isso...
jah ouvi várias vezes muita gente me julgar pq eu sempre falo q não vejo crianças no meu futuro pq pelo menos no momento eu mesma sou criança demais pra cuidar de outra...
no entanto por eu ser muito mutante sei lá talvez daqui 10 anos, 15 anos eu pense diferente, embora minha opinião continua bem firme nesses últimos 24 anos q tenho hehehe
enfim acho q maternidade é algo que envolve uma responsabilidade tão grande que não sei se algum dia irei querer carregar, tenho muitos outros planos que considero muito mais interessantes...
além disso acho que a maioria das pessoas vê as crianças de uma forma muito romantizada, ninguém pensa nos gastos, nas noites em claro, nas birras, nos deveres de casa na hora de engravidar.
só pensam naquele bebê fofinho que um dia vai crescer e mesmo que os pais não gostem de aceitar, vai acabar se tornando um de nós :D
bjoos
kah
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