Quebrando a corrente

É um desafio aceitar que mesmo as pessoas que amamos podem agir contra nossos princípios. Nestes momentos, a alternativa sensata é o respeito, claro, porque os caminhos da personalidade são tortuosos e cada um precisa caminhar pelos seus. É preciso respirar e seguir.

Existe até uma comunidade no Orkut que exprime exatamente esse sentimento: "Compreendo, mas não me conformo!" Nestes momentos, o ato de criticar, fazer humor contra opressores e "destilar veneno" contra o mainstream serve como uma forma, digamos, domiciliar de protesto. Há quem ache, claro, que pegar no pé de certas regras sem fundamento é amargura mal canalizada. Ora, devemos todos sorrir e aceitar o que é supposed to be, mesmo que carregado de hipocrisia e ranço conservador.

Por essas e outras razões, sou do tipo que levanta bandeiras e não me conformo em desconstruir conceitos e outra hora compactuar com eles. Portanto, continuarei sendo a estraga-prazer que corta a piada porque tem conteúdo racista, a intolerante que reage aos radicais religiosos porque são homofóbicos, a amarga que defende a condição humana de sentir ódio e indignação.

Conformar-se nunca inspirou nenhuma revolução.

Nenhum comentário: